Caderno do professor

O caderno serve de orientação para o professor, com explicações sobre o gênero literário epistolar (cartas) e com a discussão de alguns conceitos que envolvem o tema Diversidade e Inclusão. Neste são recomendadas atividades para realizar em sala de aula, que se encaixam na dinâmica desse projeto.Os interessados podem visualizar e baixar sua versão digital aqui.

Abaixo seguem mais informações sobre Diversidade e Inclusão, tema principal dessa iniciativa.

Viva a diversidade!

A questão da diversidade e inclusão está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com base nas competências gerais, como a de “valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais” (Competência 6), de “compreender- se na diversidade humana” (Competência 8) e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos (Competência 9). Esse e outros documentos, como a Constituição Brasileira, se norteiam por princípios éticos, que garantem justiça, liberdade e solidariedade; princípios políticos, que garantem direitos e deveres de cidadania, saúde, democracia e meio ambiente; e princípios estéticos, que cultivam sensibilidade e acesso às formas de expressão.

Para fazer valer todos esses direitos, é preciso muita dedicação, em especial aos grupos mais vulneráveis. Na verdade, todos somos diferentes uns dos outros, de várias maneiras. A escola pode ser uma grande protagonista para diminuir drasticamente os eventos de desrespeito àqueles (indevidamente) considerados diferentes. A diversidade da vida faz parte da existência humana e é incorreto tratar como qualidade ou defeito ou ainda como adjetivo. Não existe sociedade sem diversidade; nos fazemos humanos pela complementaridade. Daí a beleza e o encanto da convivência entre seres humanos.

Conhecer e combater o racismo

A questão racial é aquela que causa muitas tensões não só na escola mas em toda a sociedade. Em 2020, a morte do cidadão norte-americano George Floyd, asfixiado por um policial branco, causou uma movimentação gigantesca em todo o mundo, levando milhares de pessoas às ruas, em protesto contra a violência discriminatória e exigindo justiça e melhores condições de vida para a população negra. No Brasil, a morte violenta de crianças, jovens e adultos negros também chama atenção e clama igualmente por justiça. Os números não deixam dúvidas: a pobreza, a violência e a desigualdade atingem com maior intensidade os negros.

A escola é lugar privilegiado para se discutir o racismo. A Lei 10.639, de 2003, que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileiras e africanas, é a melhor ferramenta para se desconstruir o racismo por meio da educação, visto que existe uma supervalorização da história e da cultura branco-europeias em detrimento das africanas. Conhecer a nossa história é o caminho para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Sabemos que racismo é crime. Mas a lei não basta para impedir a discriminação e a violência. Daí a importância de uma atitude de reflexão e ação constantes contra esses atos ou qualquer manifestação de intolerância diante da diferença.

O bullying precisa ser combatido

O bullying, que ataca escolas e outras instituições, precisa ser tratado, discutido e evitado. Sabemos que educadores conhecem o termo, mas apenas para lembrar: bullying é a prática de atos violentos e intencionais que se repetem muitas e muitas vezes contra alguém que não apresenta defesa.

Tal prática causa muitos danos, inclusive, e ainda pior, quando são psicológicos. Todas as formas de discriminação que falamos aqui: racismo e deficiências são passíveis de bullying, mas não só. Ela pode aparecer em inúmeras situações, muitas vezes, mesmo diferenças que nada afetam ou incapacitam pessoas, como a cor dos cabelos, a estatura (muito alta ou baixa), cacoetes e manias, maneiras de comportamento que chamem a atenção, uso de óculos e mesmo o tipo de vestimenta e objetos que carregam.

Importante notar que muitas vezes esses eventos se confundem com brincadeiras, falta de limites, condutas “sem noção” ou até mesmo “coisa de criança”. Nenhuma dessas formas de nomear é boa ou ruim por si só. Elas precisam ser compreendidas, discutidas e problematizadas para que se encontrem caminhos de solução e abrandamento para ambos os lados.

Deficiência tratada com respeito

Essa questão envolve diretamente aspectos ligados à saúde física e mental das pessoas. O direito constitucional de oportunidades iguais para os deficientes tem sido amplamente discutido e envolve uma série de mobilizações em vários campos.

Foi a escola, antes e com mais força que qualquer outra instituição, que tomou para si a luta por inclusão de todo e qualquer aluno. Basta um breve olhar para a história da escola e lembrar como cadeirantes, pessoas com deficiência visual e auditiva, pessoas com síndrome de Down e com Transtorno do Espectro Autista foram conquistando seu lugar nos bancos escolares, saindo de uma intensa invisibilidade e sendo atendidos e assistidos. Falta muito, em especial, no tocante a materiais e equipamentos (livros em braile, cursos de libras, arquitetura escolar específica) e também às distintas formas de aprender que essa comunidade necessita, e que exige formação constante dos educadores e de toda a comunidade. Afinal, quem inclui não é apenas a escola mas toda a sociedade.

Quanto mais as ciências avançam em estudos, medicamentos e equipamentos, mais a sociedade os acolhe e abre os mais distintos espaços de participação. Temos ruas, transportes e espaços culturais adaptados e legislação cada vez mais abrangente, como a cota para trabalhadores em situação de inclusão. Uma palavra importante nesse item é convivência. Quanto mais aprendemos a interagir com deficientes, mais fortes são o vínculo e o acolhimento. Uns aprendem com os outros e o olhar se completa e se embeleza cada vez mais.

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